Atentos à tabela de classificação podemos reparar um fato revelador: Lewis Hamilton, o senhor “velocidade pura” sustenta mísera vantagem de três pontos para o “campeão sem graça” de 2009, Jenson Button.
Jenson já foi elogiado por chefes de equipes e colegas de trabalho em muitas ocasiões. E não seria de se esperar que após a temporada da redenção, seu passe pudesse sofrer alguma “desvalorização”.
Entretanto, se não na grana que recebe, mas no prestígio entre analistas, torcedores e casas de aposta, Button assumiu o risco da depreciação ao aceitar o convite da McLaren para correr ao lado de seu compatriota, o queridinho que venceu a guerra psicológica com Fernando Alonso em 2007.
Se a McLaren vai conseguir fazer frente aos carros da Red Bull na reta final do campeonato, essa é uma questão importante; porém, não a única. Quem vence o duelo interno? O simples fato de tal pergunta ainda fazer sentido a 3 corridas do fim da temporada demonstra o acerto do time inglês em buscar um campeão para confrontá-lo com outro.
O surgimento meteórico de Lewis Hamilton chamou todas as atenções para o jovem que por pouco não conquistara o título no primeiro ano de carreira. Hamilton é, por certo, merecedor de todos os elogios que colecionou até aqui. Em função disso, alguns poderiam achar que sua equipe estivesse cometendo um erro de avaliação ao contratar Button. “Já temos um campeão, não precisamos de outro”, poderiam dizer alguns. Após dezesseis etapas, contudo, o que se vê é uma realidade que inegavelmente surpreende.
Hamilton talvez tenha se sentido um pouco desprestigiado no início do ano. Mas tratou de andar tudo o que podia para fazer crer que se para Button um contrato milionário com a McLaren era um baita negócio, para o time, a conclusão talvez pudesse ser outra ao final de um ano.
Um campeonato de F1 não é uma disputa de arrancadas. Há muita coisa em jogo. E regularidade continua sendo uma palavra relevante na brincadeira de dar muitas voltas.
Hoje, é possível que o próprio Hamilton se sinta um pouco incomodado ao olhar Button muito próximo no retrovisor. Pode, assim, tirar lições, amadurecer e entender que para se tornar o que ele pretende, é preciso sempre mais. Sempre se aprimorar. Para isso, Jenson Button cumpre bem o papel de sombra – uma sombra de luxo, diga-se – para o mais promissor dos campeões ingleses.
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