Sob o céu carregado e ameaçador de São Paulo, a luz brilhou. O talento de um jovem piloto deixou um facho luminoso sobre o asfalto úmido de Interlagos. Seu feito já está na história. É a façanha mais improvável da temporada de 2010. Mas nem todos conseguem enxergar com nitidez a glória fulgurante de Hulkenberg. O motivo está bastante claro: é preciso falar (mal) de Barrichello.
O companheiro de Nico ficou numa boa 6ª posição, dentro das expectativas que a equipe criou durante toda a temporada. Diante do feito de Hulkenberg, estranhamente, esses mesmos de visão embotada, fitaram os olhos não na primeira posição, mas, sim, no piloto que fecha a terceira fila
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O problema não está necessariamente nas “críticas” feitas a Rubinho da parte desses mesmos “cegos de ocasião”, mas, sim, na incapacidade dessa gente em valorizar plenamente o que Nico Hulkenberg fez: recompensou o ingresso de cada pessoa que foi ao autódromo – com chuva e tudo. Fez valer o tempo diante da TV. De minha parte, fez valer deixar o bobó de camarão esfriar no prato no restaurante lotado enquanto acompanhava as imagens (só as imagens,porque não dava pra ouvir nada) inacreditáveis daquele carrinho simpático guiado de forma ensandecidamente espetacular por mais um representante da terra do chucrute.
Nico não “superou” Rubinho apenas. Isto já seria algo digno de aplauso se levarmos em conta a experiência do piloto brasileiro na categoria, naquela pista e na chuva; ele botou mais de 1 segundo no carro do ano com Sebastian Vettel a bordo.
Para exaltar Hulkenberg na justa medida, não é necessário “diminuir” Barrichello daquele jeitinho escroto com os mesmos “argumentos casseteplanetarianos” de sempre.
É tempo de se ocupar com as coisas melhores e de valor inestimável. Nico Hulkenberg fez um bem tremendo ao esporte. Exaltando o aspecto arrebatador que o automobilismo ainda pode produzir – mesmo enfiado em tantas jogadas financeiras – Hulk ofuscou a todos de forma inapelável.
Recado final do “profeta-ciborgue” aos ignorantes: contemplai a luz, ó, obscurecidos de entendimento. E deixai que vossas trevas se apartem para o abismo. No dia da ressurreição gloriosa da Williams, olhem para aquele Cavaleiro do Cavalo Azul e Branco. E sede vós curados de todo ódio, ira, raiva, irreverência improdutiva, maledicência, discórdia, porfia e inveja.
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